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The Museum is Open

The Museum building will remain open to the public through October 17, 2025. For more information about visiting the Museum, please visit Plan Your Visit.

Diego Portillo Mazal

Diego Portillo Mazal nasceu na Argentina e viveu em vários países antes de se estabelecer em Boston. Como membro fundador da “Mesa-Redonda Latino-Judaica”, (Latino-Jewish Roundtable), Diego trabalha para unir judeus e latinos [OBS: este ultimo termo denomina pessoas de origem hispânica nos EUA], para que ambos superem preconceitos mútuos e encontrem um denominador comum.

Transcrição

DIEGO PORTILLO MAZAL: Foi incrível descobrir o quão rapidamente as pessoas se uniram, o quão rapidamente nos conscientizamos do fato de que nossos grupos têm vários interesses semelhantes, e mais ainda, que nós compartilhamos muitos vínculos em comum. Não somos comunidades completamente separadas. ALEISA FISHMAN: Diego Portillo Mazal nasceu na Argentina e viveu em vários países antes de se estabelecer em Boston. Como membro fundador da “Mesa-Redonda Latino-Judaica”, (Latino-Jewish Roundtable), Diego trabalha para unir judeus e latinos [OBS: este ultimo termo denomina pessoas de origem hispânica nos EUA], para que ambos superem preconceitos mútuos e encontrem um denominador comum. Bem-vindo a "Vozes sobre o Anti-semitismo", uma série gratuita de podcasts do Museu Estadunidense Memorial do Holocausto. Meu nome é Aleisa Fishman, e sou a apresentadora desta série. A cada mês, convidamos um participante para refletir conosco sobre as diversas maneiras como o anti-semitismo e o ódio [em geral] afetam o mundo nos dias de hoje. Com vocês, da cidade de Boston, Diego Portillo Mazal. TRANSCRIÇÃO: DIEGO PORTILLO MAZAL: A organização denominada “Mesa-Redonda Latino-Judaica”(Latino-Jewish Roundtable) foi criada como uma iniciativa conjunta da “Rede de Profissionais Latinos” (Latino Professional Network) e da seção local da “Liga Anti-Difamação”/ADL do estado da Nova inglaterra. As duas instituições estavam igualmente preocupadas com o agravamento da retórica anti-imigração, e com algumas outras questões comuns às duas comunidades. Além disto, acreditávamos que a melhor forma de superar parte da incompreensão e de alguns fatores que fomentam o ódio é, definitivamente, através do diálogo. A maior parte dos latino-americanos e imigrantes latinos nos EUA não tem qualquer conhecimento sobre os judeus. Por outro lado, acho que na comunidade judaica existem alguns grupos que simplesmente não entendem o que significa ser um imigrante nos EUA nos dias de hoje, uma vez que a maior parte da imigração judaica ocorreu há décadas. Os judeus vieram para cá por razões muito similares às dos latinos, mas muito disso foi esquecido [pelas novas gerações] ou mudou com o tempo. Cresci no seio de uma família que fazia parte das Nações Unidas. Vivi por todo o mundo, cresci na África e na América Latina, e acabei indo para Boston para fazer meus estudos superiores. Meus pais não eram religiosos. A família de minha mãe é judia, já o lado paterno é Adventista do Sétimo Dia. Fui para uma escola pública em Moçambique, país que na época era comunista e totalmente contra qualquer religião, e depois frequentei escolas britânicas que eram anglicanas [a religião oficial da Inglaterra]. Portanto, minha trajetória de vida me permitiu ver de perto muitas culturas diferentes. Meus pais faziam questão absoluta de que nós não apenas vivêssemos [isolados] em outros países, mas que aprendêssemos com as pessoas daquelas nações em que vivíamos. Acho que o que aprendi com a “Mesa-Redonda” foi a enormidade de boa vontade que se pode encontrar nas pessoas. Nós organizamos, em conjunto com a ADL, um Seder [cerimônia que celebra o fim da escravidão dos judeus no Egito, a Santa Ceia] comunitário este ano. O ritual foi conduzido em diversos idiomas. O cantor cerimonial, por exemplo, era um argentino, e no final da cerimônia ele cantou uma música chamada Cancion con Todos. A música falava sobre todas as mãos baterem palmas em conjunto e todas as vozes cantarem em uníssono. Foi muito emocionante, ainda mais porque muita gente nos havia advertido que nossa “Mesa-Redonda” seria um enorme desafio. Só de ver como as pessoas estavam dispostas a se abrir, colocar seus próprios preconceitos na mesa e reconhecê-los, foi algo muito tocante para mim. É preciso uma enorme coragem para admitir de público alguns preconceitos com os quais você foi criado desde a infância – que você talvez saiba intelectualmente que são errados mas que, mesmo assim, existem dentro de você – especialmente quando você está se dirigindo ao próprio grupo de pessoas a quem esses preconceitos se referem. Mas é importante que continuemos lembrando a nós mesmos que este é um país multi-facetado, multi-colorido, de muitas religiões, e que esta multiplicidade de vozes se unem para criar uma nova voz norte-americana.